domingo, 9 de janeiro de 2011

1ºSuper Trail Pirata

Ano Novo, Vida Nova! É algo que todos pensam, mas poucos se atrevem a cumprir. Sair da nossa zona de conforto e arriscar. Sair da rotina e abraçar o desconhecido que nos aventuramos para mais tarde recordar. Para começar o ano, fiz algo diferente. Não foi uma prova, não foi um treino. Foi apenas e só um encontro entre amigos, companheiros e ilustres desconhecidos em torno de algo que nos une, a corrida.

Na última sexta-feira, correu-se o 1ºSuper Trail Pirata dos Amigos do Parque da Paz. Por mais que o nome esclareça, e por mais palavras que o descreva, apenas a vivência nos conseguirá recordar um momento único de corrida. Depois de um dia chuvoso, de mais um dia de trabalho, de mais uma semana cumprida. Parei! Quebrei a rotina e ás 22h estava equipado e de ténis calçados para o 1ºSuper Trail Pirata.


Era um mar de piratas, reza a história que eram 100, mas o número real nunca se soube. Invadiram a cidade de Almada, pela calada da noite com a passada galopante a gritar revolta num terreno que não é seu. Partiram do Parque da Paz os 100 valorosos, calcorreando as calçadas da Cova da Piedade, conquistando ruas e rotundas de território outrora automobilístico. Depois de invadir a Piedade, subiram em direcção a Almada, Tomando de assalto ruas de um empedrado esquecido e poucas vezes sentido por baixo de carros rotineiros. Nem o Metro resistiu à elegância da passada e ao valoroso grupo de guerreiros, fazendo soar a sua campainha quando rendido. Do Mercado até a Cacilhas, era tempo de deixar correr, poupar as forças para contornar o Farol ouvindo o gritar rouco e gasto de um cacilheiro atordoado pelas ondas do Tejo. Seguiu-se o Passeio do Ginjal, cheio de buracos e recantos perdidos num tempo que já não é o seu. Os obstáculos caiam mas os valorosos Piratas guerreiros continuavam, Conquistando. Passaram o Atira-te ao Rio, mas não cumpriram a placa, saudaram o elevador e subiram. Subiram, o Olho de Boi sem mostrar fraqueza, pois faltava conquistar o Rei. Galopantes e insaciáveis, conquistaram ruas e ruelas, subidas e descidas, gentes intrigadas e surpreendidas. De sorriso nos lábios, o povo estava rendido e estupefacto, pela valentia e ousadia. Sem demora, abraçaram o Rei. Que de costas voltadas, se rendia sem ser capaz de olhar nos olhos os 100 valorosos Piratas. Estava feita História. Depois das conquistas era tempo do regresso dos valorosos, ao seu mundo, ao seu Parque envolto em Paz. Os 100 correram de volta iluminando a escuridão, saudando a sua terra e a natureza que os envolvia. Contam os livros e as lendas dos históricos piratas, que Almada nunca mais foi, nem nunca mais será a mesma, pela maneira como ficou rendida a tamanha valentia.

Os Tandur Piratas ( António Almeida, Filipe Fidalgo, Vitor Veloso), Mário Lima e José Carlos "Capitão Gancho" Melo.


A todos estes Piratas de quem reza a história, Um grande abraço e até às próximas conquistas.